segunda-feira, 23 de julho de 2012

Entre o sol e a promessa

Algumas vezes, observando o sol ao se por,
Busco ver o que há de sabedoria.
Levantando e se pondo a milhões de anos.
Assim, procuro ver os sinais de sua queda
como prelúdio de um novo recomeço.
Quando nasce é óbvio possui o encanto da luz.
Mas, quando em declínio se deita, brinca com
as cores, e cutuca a escuridão, que insiste em
não deixar chegar com fácil vitória.
As vezes deveríamos deixar esses últimos raios
adentrarem nossos corpos, tentando aquecer nossas mãos,
nos felicitar com a semi-facilidade que a inércia nos dá.
Acreditamos em vão que os caminhos tortuosos
serão doadores de nossa alegria;
mas os caminhos sem-fim e as amarguras sem-porque
nada mais são que espinhos
que nós impede de sentir a beleza dos finais
porque somente eles são promessas de inícios.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Adaptação

As vezes, por uma estranha necessidade
de provar para mim mesmo que estou vivo
e que reajo contra à adversidade
vivo preso em uma roda, que mesmo sem querer
me verte em uma espécie de vingador, mas que
no fim das contas sempre leva ao mesmo lugar comum.
Imagino as palavras, pontos, pausas e tempo para respirar
As respostas já estão estabelecidas, mesmo antes do começo.
Quanto o que fazer – se perguntar ou agir – é a pergunta dolorosa,
que ronda minha cabeça quando deito a noite,
que me faz bolar mil planos sobre nós
que me faz voltar ao início da história
provar para mim mesmo que ainda estou vivo.

sábado, 14 de julho de 2012

Aí está.

Me esforço para não pensar para além das linhas
Continuar nas palavras vazias e universais
E me concentrar um pouco mais
em aporias e axiomas,
que, no fim das contas,
pouco diz sobre meu coração.
O que me diz quem sou são seus olhos
que refletem minha imaginação.
Te vejo só por instantes, mas é tempo suficiente
para perder-me em longas histórias sobre nós,
Pois a graça de teu sorriso pra mim é plenitude
e o universo parece resumir-se, de maneira estável,
quando sua presença se faz pra mim.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Minnesang*

Se ouso penetrar teus grandes olhos escuros, tocando-te sutilmente
tomo os cavalos selvagens em minhas rédeas
e a guerra sem fim
contra as aflições humanas
é postas em descanso
pois eu não ligo pro resto,
pois eu não temo mais nada.
De um lado se vence, do outro se espera
o momento mais oportuno
das  horas menos escuras.
Quais são as estratagemas? Prefiro a prudência,
Justamente por já ter o peito banhado de mágoas:
Aguardo paciente que devolva-me os belos dias de bravura
que, sem saber como, só existem nos momentos de seu corpo.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

ponderar e investir


Economizo todas minhas virtudes
para caso houver excesso, seja aproveitadas
futuramente de alguma maneira.
Seus tênis coloridos me fascinam
mas não foi materialistamente
que quis me aproximar de ti,
ou por vã aparência bela
que poderia trazer algum luxo ao meu consumista ego.
O que me sempre me impele até você
é o desafio dos sentimentos que nunca chegaram
que nunca, se quer, chegaram a minha superfície.
Já mencionei antes os resutlados de minhas contas,
e mil vezes me coloquei como inocente
e digo sinceramente que exagerei em partes:
Hoje penso que não há inocência alguma
nem qualquer milagre invisível,
devemos o que somos, unicamente, um ao outro.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Uma das reprises

Esfreguei meus olhos demoradamente
enquanto reprisava minha vida para mim mesmo.
Aqueles velhos sacrifícios, que ninguém realmente conheceu,
só apareceram como breves resultados.
Mas digo que empenhei-me de verdade:
Tanto, te quis tanto.
Apesar disso, nossas palavras, corpos e impulsos, inesperadamente
dissolveram-se - Eu mergulhei em ti; quanto a você, apenas nadou.