Eu
cavei minha própria cova
quando,
olhando nos seus olhos, lhe contei de amor.
Os
anos me ensinaram a ser estável,
a não me doar ao eco de alguém em mim
e
possivelmente desprezar os sentimentos mais delicados,
pois
esses poderiam ser quebrados como vidro fino.
Então,
em outros braços e encantos, protejo minha vaidade
além das lágrimas secretas que escondo em meus cigarros:
tudo pelo
medo de que nosso rubro gozo se extingua como água num deserto
e
que, entre os dois corações em chamas, só sobrem cinzas
em
algum amanhecer.