domingo, 29 de junho de 2014

Aurora

Outro inverno bate na porta
- você não aprendeu nada nesse último ano?
Ainda não sei ficar na solidão, pois meus sonhos me atormentam,
então acordo com meus dedos sujos de sangue todos os dias:
as navalhas cegas agem seu eu controlar.
Ecoam suas palavras tão doces em meus pensamentos,
e me seguro, bato os dentes de frio
e desejo em transe o morno sabor de seu corpo, que repulsaria nessa noite gélida
os corações secos e lixados pelo vazio das ruas percorridas.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Subfísica

Como em um controle de pragas,
tento te eliminar, sabendo que é larva em meu coração;
parasita infeccioso e hostil,
que me consome nas noite sem dormir
que passo pensando em ti.
Mas, nunca há dose suficiente para se esquecer da dor,
e com cólera aguda em meu íntimo, contorço-me de desprazer
penso em nossos dias claros,  cheios de vitalidade e que se foram
e berro desesperado em meu leito, como cria que perdeu quem o criou.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Queda de um jovem ser

Ainda alvejado com as farpas de suas mentiras
rastejo envergonhado pelos campos da vaidade;
e assim, em cada lágrima, se vai meu orgulho tão profundo
junto a um sentimento infindo de impotência.
Do amargo abandono à ríspida indiferença,
você passa todos os dias diante de mim, levando consigo a outra parte minha:
No saldo dessa cisma só resta o retrato imperfeito
de um jovem ser, derrotado
pela fera maior chamada luxúria.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Dor maior.

A banda passa e eu nem ligo: só olho para ti.
Desconcerto-me recordando seu cheiro doce
e sua pele macia como pêra,
assim como o gosto de sua carne em meus dentes.
Ligeiramente dói meu peito, pois sei que talvez
nossos instantes já se foram e não terei mais seu corpo
em meus braços, e muito menos sua boca na minha.
Mas me machuca, uma vez que ainda sinto por você aquele sentimento abrasivo
que mesmo soterrado em meu íntimo, ainda incinera
minhas esperanças de um dia ainda estar contigo novamente.