terça-feira, 13 de outubro de 2015

Misericórdia

Ah, Misericórdia! Cura essa miséria de meu coração.
Consagrado em ilusões,
somente seu brilho
retira de mim esse semblante de desgosto e asco.
O corpo, aqui, é o resto do que já fora – amanhã, menos ainda;
Então lhe peço que traga sua seiva
doce e quente
para travestir minhas angústias, pois assim permaneço vivo:
Se, ao me ver, só enxergar um vago espectro na fumaça
saberá que, se isso existe,
é nisso que resta meu gozo.